Importância
de conhecer um livro em sua língua original para melhor compreender o texto
original e não o traduzido, que acaba tendo a influência da escolha do tradutor
em usar uma determinada palavra do que outra, na tradução.
Importância
de conhecer o contexto da época em que o texto foi escrito e a bagagem
acumulada de conhecimento das Escrituras anteriores (o background).
1.1. Hebraico e Aramaico
Quase
todas as Palavras das Escrituras foram ditas em Hebraico e Aramaico. E foram
escritas originalmente nestes idiomas. Posteriormente foram traduzidas para
outros idiomas, inclusive o Grego. Como se crer na Igreja Oriental.
Entretanto,
para a Igreja Ocidental, prevalece a crença de que o “Novo Testamento” foi
escrito inicialmente em Grego, e só depois traduzido para o Aramaico e
Hebraico. E isto é defendido pela maioria dos Teólogos Ocidentais.
1.2. Grego
A
língua grega permaneceu de grande importância, principalmente a partir do
século XVI, com o movimento cultural denominado Renascimento, e especialmente
pelos religiosos acadêmicos crerem que foi através da língua grega que o Novo
Testamento foi originalmente escrito. Dai a necessidade de, ao longo dos séculos,
ser tão importante para a Igreja o estudar e o aprender a cultura grega, pois
para compreender melhor a língua de um povo é necessário aprender a cultura
deste povo. Assim a cultura grega permanece viva.
Assim,
muitos deixam de estudar a cultura Bíblica, no qual as palavras do Messias
foram ditas, para aprenderem mais sobre o paganismo (pois muitas das palavras
gregas têm suas origens e relações com os seres adorados na religião Grega),
para, a partir da cultura grega, tentar conhecer melhor o Senhor. Uma
incoerência! Para entender melhor o Grego requer entrar no pensamento Grego, no
campo das ideias gregas.
1.3. O Principado da Grécia
Quem
conhece um pouco sobre Batalha Espiritual sabe sobre o Principado da Grécia, e
seu domínio que exerce sobre a mente humana ocidental, especialmente pela
lógica, razão e filosofia. Assim é como que todo curso de teologia cristã tenha
como matéria aprender o Grego.
Vemos
com clareza que muitas escolas de Inglês trouxeram para o Brasil, através do
ensino do idioma, a festa do Halloween. Pois é difícil dissociar o ensino da
língua de sua cultura. É de forma parecida que o Principado da Grécia age nas
Igrejas. Isso incomoda tanto os pensadores, que construíram suas teologias,
teses, mestrados, doutorados..., durante anos, sobre uma falsa premissa. E é
claro que o Principado da Grécia vai continuar fazendo o seu trabalho de
arquitetar bem “razões lógicas” para manter sua primazia, do “Novo Testamento”
em Grego.
1.4. Conflito entre culturas
Hoje é travado
um conflito, entre as culturas greco-romana e a judaica, no campo doutrinário.
Os
manuscritos originais do “Novo Testamento”, estão perdidos, destruídos ou bem
escondidos. O que temos são cópias posteriores de manuscritos em aramaico e
grego, e bem pouco de hebraico.
E para
que conhece pouco destas línguas, o mais prático para um melhor entendimento é
ao usar os textos já traduzidos para o idioma em português, utilizar várias versões,
buscar pensar sobre o texto seu contexto judaico da época, e ao ler os textos,
romper com o antissemitismo implantado pelo Principado da Grécia e pelo
Principado de Roma, buscando do Senhor sabedoria, conhecimento e revelação.
É
importante orarmos para que o Senhor levante pesquisadores, ungidos e
capacitados pela Ruach Ha’Kodesh para produzirem melhores versões, o mais
próximo possível do original. E quem sabe o Senhor trazer à tona os escritos
originais, ou cópias idênticas deles.
É claro
que o Senhor há de se alegrar em nossa disposição em procurar estudar com o que
temos, na dependência dele, permitindo que ele rompa com os paradigmas e
fortalezas na mente construídos sobre os fundamentos de Bavel, Média-Pérsia,
Grécia, Roma e sua extensão (pés de ferro com o barro). Além de ser uma guerra
espiritual, é também um confronto no campo das Ideias, uma batalha na mente:
“Porque, embora
andando na carne, não militamos segundo a carne, pois as armas da nossa milícia
não são carnais, mas poderosas em Elohim, para demolição de fortalezas;
derribando raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Elohim,
e levando cativo todo pensamento à obediência ao Messias...” II Coríntios
10:3-5
“Uso poderosas armas
de Elohim - e não as que são feitas por homens - para derrubar as fortalezas do
diabo. Estas armas podem derrubar todo argumento arrogante contra Elohim e toda
muralha que possa ser erguida para impedir os homens de encontrá-lo. Com estas
armas posso capturar rebeldes e levá-los de volta a Elohim, e transformá-los em
homens cujo desejo do coração seja a obediência ao Messias.” Bíblia Viva II Cor
10:4-5.
2. A LÍNGUA E ESCRITA HEBRAICA
O
hebraico era um idioma no qual eram escritas apenas as consoantes. As vogais
eram faladas, mas não eram representadas na escrita.
Parece
complicado, mas hoje fazemos essa supressão de sons quando estamos teclando na
internet, no bate-papo: “
Td Blz c/ vc? Kd vc? Kkkkk, Tb q tc?”
Para a
escrita hebraica não era importante registrar as vogais, e sim as consoantes.
2.1. O paleo-hebraico
Antes
do cativeiro em Bavel o alfabeto dos Judeus era o paleo-hebraico.
Gênesis
1:1-5 em Paleo-hebraico (letra original) e em letras ashuritim (assírias).
|
O
hebraico passou por modificações na sua ortografia e na construção das
palavras. Por exemplo, a Torá foi escrita no paleo-hebraico (hebraico arcaico,
o mesmo utilizado pelo Senhor ao escrever nas Tábuas de Pedra dos Dez
Mandamentos), e foi utilizado até o período dos reis, quando mudou para o
hebraico clássico ou pré-exílico. E depois, mudou para o hebraico pós-exílico
ou tardio (aramaico), já no cativeiro em Bavel.
2.2. Hebraico Assírio (Ashuri)
O povo
Judeu, em Bavel, passou a falar em aramaico e quando voltou para Israel, muitos
judeus não falavam mais em hebraico, e sim, apenas em aramaico, com exceção,
por exemplo, dos escribas. E da Babilônia os Judeus trouxeram a língua e a
escrita assíria. Na verdade o alfabeto que é chamado hoje de hebraico é assírio
(ashuri). Pois na Babilônia as letras do Hebraico Original caiu em desuso.
Quando
os judeus saíram de Bavel, a maioria não falava mais o hebraico como língua
corrente, nem entendia a escrita paleo-hebraica na qual estava escrita a
Palavra do Senhor, mas apenas conheciam as letras ashuritim (assírias), exceto
os mais doutos, os escribas e sacerdotes. Então, os escribas transliteraram
letra por letra da Escritura, exceto o Tetragrama, para a escrita ashurit
(assíria), conhecida como "aramaico babilônico" e utilizada pelos que
falavam aramaico.
2.3. O Tetragrama mantido em Paleo-hebraico
Quando
os escribas transliteraram as Escrituras para a escrita ashurit (assíria) o
Tetragrama foi mantido em Paleo-hebraico.
Tetragrama
mantido na escrita original paleo-hebraica
Ao
traduzirem também as Escrituras para o Grego, o Tetragrama não foi traduzido,
nem transliterado, nem substituído, mas mantido em Paleo-hebraico, da forma
original ,conforme fragmentos da “Septuaginta”:
Septuaginta:
1º. Profeta Menor (50 a.C. a 50 d.C) e o 2º Jó 42 1º século a.C.
|
2.4. Textos criados originalmente em Aramaico
Algumas
das Escrituras sobre o período do Cativeiro e Pós-cativeiro, possuem trechos já
escritos inicialmente em aramaico: Dani’El 2:4 a 7:28, Ezrah (Esdras) 4:8 a
6:18; 7:12-26.
Todos
os escritores que viveram depois do Cativeiro Babilônico (Ezrah, Nechemyah e os
profetas pós-exílicos), passaram a escrever com as letras assírias, as quais
passaram a ser denominada como "hebraico", até aos nossos dias.
2.5. A língua do Messias
Quando
o Messias nasceu os Judeus já não falava o hebraico no dia-a-dia, mas o
Aramaico, desde que voltaram do cativeiro babilônico há alguns séculos. O
Hebraico era mais utilizado nas Sinagogas, nas leituras das Escrituras.
Portanto, eram usados esses dois idiomas entre os Judeus, o Aramaico e o
Hebraico.
Durante
a época do Messias já havia uma diferença nas pronúncias entre os hebreus da
Judéia e da Galileia:
“Kefa estava sentado
no pátio quando uma serviçal, aproximando-se dele, disse: “Você também estava
com YaHW’shua da Galil”... Pouco tempo depois, os que estavam por ali chegaram
a Kefa e disseram: “Com certeza você é um deles! Seu sotaque não nega.” Matti’YaHW 26: 69 e 73 Bíblia Judaica
“De fato, também tu
és um deles; pois o teu dialeto te
denuncia.” Matti’YaHW 26: 73b Bíblia de Jerusalém
“Sem dúvida alguma,
tu também és um deles! Aliás, o teu
sotaque te denuncia.” Matti’YaHW 26: 69 e 73 Bíblia TEB
“Ora, Kefa estava
assentado fora, no pátio; e, aproximando-se dele uma criada, disse: Tu também
estavas com YaHW’shua, o galileu...
E, daí a pouco, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Kefa:
Verdadeiramente também tu és deles, pois
a tua fala te denuncia.” Matti’YaHW 26: 69 e 73 Almeida Corrigida e
revisada Fiel
“Mas ele o negou
outra vez. E pouco depois os que ali estavam disseram outra vez a Kefa:
Verdadeiramente tu és um deles, porque és também galileu, e tua fala é semelhante.” Marcos
14:70 Almeida Corrigida e revisada Fiel
2.6. Testemunho de Flavius Josephus
Nos
tempos do Messias os hebreus da Judéia falavam em Hebraico/Aramaico. Os
romanos, que moravam na Judéia (Governantes, Militares, etc.) falavam Grego,
Latim e Aramaico para que os Judeus os entendessem. Alguns Judeus mais
influentes sabiam falar Grego, principalmente os que nasceram ou viviam em
outros países de cultura grega, mas a helenização não era bem vista pelos
Hebreus da Judéia, conforme declara o historiador judeu Flavius Josephus, que
viveu de 37 a 100 d.C.:
“Ouso afirmar que
nenhum outro, quer judeu, quer estrangeiro, teria podido dar esta história aos
gregos, escrita com tanta exatidão. Os da minha nação estão de acordo em que eu
sou bem instruído no que se refere aos nossos costumes e às nossas tradições;
não tenho motivo de lastimar o tempo que empreguei em aprender a língua grega, embora não a pronuncie com perfeição, o
que nos é muito difícil, porque não nos aplicamos bastante a isso; entre nós, não apreciamos muito àqueles
que aprendem várias línguas. Consideramos esse estudo como profanos,
pois convém tanto aos escravos como aos livres, e somente consideramos sábios
os que adquirem um grande conhecimento das nossas leis e das Escrituras
Sagradas, que eles são capazes de explicar, o que é coisa tão rara, que somente
uns dois ou três, conseguiram essa glória.” (História dos Hebreus, Antiguidades
Judaicas, Livro Vigésimo, Capítulo 9 - 866).
No
cerco contra Yerushalayim, o Imperador Romano Tito convoca Flavius Josephus a
tratar da rendição com os Judeus, porque este, judeu falava a língua dos
judeus. Mas se os judeus falassem correntemente o grego, isso não faria
sentido:
“Tito não tinha
dúvidas em apoderar-se da praça, mas como desejava conservá-la, procurava, ao
mesmo tempo, em que apertava o cerco, levar os judeus a se arrependerem de sua revolta,
porque ele sabia que as razões são, às vezes, mais poderosas que as armas.
Julgou dever unir os conselhos às ações, sem se obstinar mais recusando
entregar-lhe uma praça que já deveriam considerar como tomada. Ele lançou para esse fim suas vistas
sobre Josefo, que julgava o mais capaz de todos, para persuadi-los, porque era
de sua nação e falava a sua língua.” (História dos Hebreus, Guerra dos
Judeus contra os Romanos, Livro Quinto, Capítulo 25 - 415).
Flavius
Josephus, busca auxílio com os amigos ao escrever seu livro, e declara vários
judeus conheciam a língua grega, mas cita apenas nomes de pessoas da classe
dominante:
“Assim, tendo o
material para minha história, trabalhei
em escrevê-la, com o auxílio de alguns meus amigos, com relação ao que se
referia à língua grega e tenho tanta certeza de só ter relatado a
verdade, que não tenho receio de tomar como testemunhas do que eu escrevi ao
mesmo Vespasiano e a Tito, que tinham o supremo comando dessa guerra. Eles
foram os primeiros aos quais mostrei meu trabalho; mostrei-o depois a vários
outros romanos, que haviam combatido sob suas ordens e depois que o publiquei, vários de nossa nação que conheciam a
língua grega viram-no também, particularmente Júlio Arquelau, Herodes, tão recomendável por sua virtude, e
mesmo o rei Agripa, esse
excelente príncipe.” (História dos Hebreus, III Parte-Apêndice-Resposta de
Flávio Josefo a Ápio, Livro Primeiro,
Capítulo 3)
2.7. Testemunho de Sha’ul
Em
determinado episódio, quando o Emissário Sha’ul acabou de ser preso, ele se
dirigiu ao Tribuno Romano em grego, o que gerou admiração, se fosse comum os
judeus falarem grego, não geraria essa pergunta admirável. O fato dele saber o
grego, pelo que parece, fez o Tribuno atender ao pedido de Sha’ul de deixa-lo
falar com o povo. Entretanto, ao falar com seu povo, ele falou em Hebraico,
muitos consideram que na verdade ele falou em aramaico, entretanto creio que
como o Hebraico era utilizado mais solenemente na Sinagoga na leitura das
Escrituras, creio que ele falou mesmo em Hebraico, o que reforça o silêncio que
o povo fez quando o ouviu falar assim.
“E, quando iam a introduzir Sha’ul na
fortaleza, disse Sha’ul ao tribuno:
É-me permitido dizer-te alguma coisa? E ele disse: Sabes o grego? Não és tu porventura aquele egípcio que antes destes dias
fez uma sedição e levou ao deserto quatro mil salteadores? Mas Sha’ul lhe
disse: Na verdade que sou um homem judeu,
cidadão de Tarso, cidade não pouco
célebre na Cilícia; rogo-te, porém, que me permitas falar ao povo. E,
havendo-lho permitido, Sha’ul, pondo-se em pé nas escadas, fez sinal com a mão
ao povo; e, feito grande silêncio, falou-lhes
em língua hebraica, dizendo: Homens, irmãos e pais, ouvi agora a minha
defesa perante vós (E, quando ouviram
falar-lhes em língua hebraica, maior silêncio guardaram). E disse:
Quanto a mim, sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, e nesta cidade criado aos pés de Gamali’EL, instruído
conforme a verdade da Torah de nossos pais, zeloso de Elohim, como todos vós
hoje sois.” Atos 21:37-40 e 22:1-3
A
cidade de Tarso, por volta de:
·
850
a.C., tornou-se parte do Império Assírio.
·
605
d.C. passou a ser dominada pelo Império Babilônio.
·
540
d.C. fez parte do Império Persa.
E o
Aramaico era o idioma falado por estes 03 impérios. Moedas de Tarso, do Século
I d.C., descobertas por arqueólogos, possuem texto em aramaico, o que evidencia
que o idioma de Tarso era aramaico e não
grego.
Portanto,
o fato de Sah’ul também falar em Grego não é necessariamente pelo fato de ter
nascido em Tarso, mas provavelmente por motivos também não expostos.
2.8. O Messias fala com Sha’ul em Hebraico/Aramaico
O Messias escolheu se
revelar a Sha’ul em Hebraico, não em Grego, foi em Hebraico que ele disse seu
Nome:
“E, caindo nós todos
por terra, ouvi uma voz que me falava, e em
língua hebraica dizia: Sha’ul, Sha’ul, por que me persegues? Dura coisa
te é recalcitrar contra os aguilhões. E disse eu: Quem és, Senhor? E ele
respondeu: Eu sou YaHW’shua, a quem tu persegues.” Atos 26:14-15
2.9. Testemunhos arqueológicos
Todas as moedas de Bar Kochba cunhadas pelos
judeus durante a revolta (132 d.C), possuem apenas inscrições em hebraico. Como ocorre em diversas inscrições encontradas
em Massada, na área do Beit HaMikdash, etc.
A maioria dos Manuscritos do Mar Morto está
em hebraico e aramaico. Inclusive todas as
cartas de Bar Kochba estão em hebraico, exceto duas cartas, que foram redigidas por
gregos, que por não saberem escrever em
hebraico, pedem desculpas. Estes registros utilizam o hebraico com certo grau de coloquialidade, o que reflete a evolução da língua hebraica. Além disso, as cartas de Bar Kochba, que era galileu,
indicam um dialeto hebraico da região da Galiléia.
2.10. Judeus na Idade Média
Com a
dispersão dos Judeus pelas nações, os escribas judeus, Massoretas, na Idade
Média, criaram um sistema de inclusão de sinais para acrescentar as vogais no
texto hebraico que só possuía consoantes, sem introduzir novas letras, mas
apenas sinais (pontos, traços, etc.); para que a pronúncia da língua hebraica
não fosse perdida, já que o idioma hebraico não era mais usado correntemente,
mas apenas falado por poucos, especialmente nas leituras das Escrituras nas
sinagogas.
שמים SMYM שָמִָ֑יִם ShaMaYiM = Céus
O mais
conhecido sistema vocálico é o Tiberiense, desenvolvido entre os séculos VIII-X
d.C.
Portanto,
com tantas mudanças, contatos com outros povos, gerações vividas em outras
nações, não há como saber se as pronuncias das palavras continuam as mesmas do
início do idioma, pois como toda língua é viva, ela evolui, muda com o tempo.
Isso se aplica inclusive aos nomes de pessoas e lugares. O que podemos é fazer
tentativas de pronunciar os nomes o mais próximo possível do original, com as
informações que temos, mas sem dogmatismos.
Como em
outros idiomas, atualmente ainda há diferença entre os que falam hebraico,
quanto ao sotaque, principalmente entre os do oriente e do ocidente.
3. A SEPTUAGINTA – O GREGO
Septuaginta
é o nome dado à tradução das Escrituras judaicas para a língua grega, realizada
entre o século III e I a.C..
Porém,
a tradução grega das Escrituras judaicas, só veio a ser chamada de Septuaginta
no século V d.C. (período em que viveu Agostinho de Hipona, 354-430 d.C.).
Embora
seja uma tradução em Grego, o seu nome, Septuaginta, é latim, e provém da
expressão: “Interpretatio septuaginta
virorum”, ou seja, "tradução dos setenta intérpretes", logo,
Septuaginta significa Setenta. E é a mais antiga tradução das Escrituras
judaicas para a língua grega.
O nome
Septuaginta (Setenta) tem origem em uma crença, entendida hoje por muitos como
uma lenda, descrita na Carta de Aristeias (pseudepigráfica) na qual o grego
Ptolomeu II Filadelfo, rei do Egito, pediu para setenta e dois sábios judeus
que fizessem a tradução da Torah para a língua grega, para a Biblioteca de
Alexandria. Outro relato posterior, também considerado por muitos como uma
lenda, de Fílon de Alexandria, que conta que os 72 sábios judeus foram
colocados em 72 salas, separadas, e que todas as 72 traduções resultantes foram
iguais, e que concluíram num prazo impressionante de 72 dias. A lenda parece,
assim, induzir a uma crença de inspiração sobrenatural das traduções para a
Septuaginta, agregando a elas total credibilidade.
Muitos
apesar de crer que estes relatos são lendas, acreditam que realmente houve uma
tradução grega das Escrituras Judaicas produzida antes do nascimento do
Messias, séculos antes. Mas para outros isto é questionável, visto que esta
tradução (Septuaginta) nunca foi encontrada que datasse antes de Orígenes (185
- 253 d.C). Os códices mais antigos da Septuaginta (Vaticanus e Sinaiticus) são
do século IV d.C.
Entretanto,
Flávio Josefo, historiador judeu, que viveu no século I d.C., escreveu que
sábios judeus traduziram no século III a.C. a Torah para a língua grega (História
dos Hebreus Capítulo 2 - 454) e que no decorrer dos dois séculos seguintes
outros livros também foram traduzidos, mas ele não relata onde e quando foi feita cada tradução. Muito
menos não se pode afirmar que a versão em grego a qual ele se referia é a que
conhecemos como Septuaginta.
Além
disso, não se sabe quais os critérios que foram utilizados na escolha de quais
Escritos deveria fazer parte da Septuaginta e quais Escritos Judaicos ficariam
de fora.
3.1. Diferença entre a Septuaginta e o Texto Massorético
A
Escritura Judaica hoje é baseada no texto massorético, que tem diferenças para
com a Septuaginta. Mas hoje, com as descobertas dos pergaminhos do Mar Morto a questão
da fidelidade do texto massorético ao original hebraico é questionada, pois
muitos destes pergaminhos estão mais de acordo com a Septuaginta. O que pode
indicar que a Septuaginta pode ter sido realmente uma tradução criteriosa dos
Escritos Judaicos mais originais, dos quais os pergaminhos do Mar Morto também
possam ter si utilizado, que o texto massorético pode não ser o mais próximo do
original.
3.2. A Vulgata Latina
A
Vulgata Latina foi a tradução da Septuaginta Grega para o Latim e do “Novo
Testamento” Grego também para o Latim.
Durante
a Idade Média a Vulgata Latina foi a versão oficia das Escrituras para a Igreja
Romana, (Igreja Ocidental, Católica) e a Septuaginta estava fora de uso. Até
mesmo a cerimônia religiosa era celebrada em Latim.
3.3. O Renascimento
No
século XVI, com o Renascimento, ressurge o interesse pela cultura e língua
Grega, e consequentemente pela Septuaginta e pelo Novo Testamento em Grego.
3.4. Os Manuscritos de Qumran
No
século XX, com os manuscritos encontrados em Qumran, o interesse pela
Septuaginta aumentou.