Durante os últimos anos, tive que ser trabalhado aos poucos pelo Senhor para rever a teologia que aprendi, e neste Blog estarei expondo as novas perspectivas aprendidas. Não foi fácil para mim romper com paradigmas tão profundamente enraizados, por isso, entendo que outros terão dificuldades também, e até inicialmente descordarão de muitos pontos, o que é natural. Apenas peço que busquem ao Senhor e não se fechem no próprio entendimento. As dúvidas e críticas construtivas poderão ser enviadas para o email: efatah7@gmail.com.

domingo, 23 de janeiro de 2011

O Verdadeiro Nome do Messias

Muitos deixam de buscar viver a essência de seguir o Messias e se enveredam por discussões intermináveis referentes a pronúncias sobre o Nome do Messias, sobre o hebraico e transliteração.
 1) Palavras Transliteradas não constituem um Idioma, ela leva em consideração não a escrita, mas a pronúncia.
Ao transliterarmos uma palavra hebraica, é importante sabermos se é uma transliteração do hebraico moderno ou se é uma tentativa de transliterar o hebraico bíblico. Quando buscamos transliterar o Nome do Messias Yahu’shua:

ou Yeshua:

tentamos nos aproximar da pronúncia antiga. Mas como era a pronúncia de uma palavra hebraica a 2000 anos, já que ninguém gravou num aparelho para reproduzir hoje exatamente? Pois o Hebraico moderno não é o mesmo de 2000 anos atrás, assim como o português que falamos hoje não é o mesmo do período do início da colonização do Brasil. Temos sido honestos ao ensinar que a transliteração Yeshua/Yahu’shua ou outra, é uma tentativa e não um fato?
Alguns usam o pouco do conhecimento do Hebraico Moderno Oficial para humilhar os que pronunciam diferente. A discriminação no Brasil para com quem pronuncia de forma diferente não é novidade, mesmo no nosso idioma português vemos o preconceito de alguns, referente ao sotaque. 
Alguns debates de pronúncia do que seria o correto no hebraico antigo assemelham-se ao ato preconceituoso de dizer que o correto é usar o som da vogal “ê”, como usam alguns paulistas, ao pronunciar “Boa Noite(ê)”, diferente de alguns nordestinos que usam o som “i” em “Boa Noite(i)”. Se ambos fossem transliterar esta expressão para outro idioma, qual som usariam para a vogal “e” de (Boa Noite) que está escrita na palavra portuguesa? É claro que o paulista transliteraria de uma forma e o nordestino de outra, mesmo ambos vivendo na mesma época.
Imagine definir quais vogais eram pronunciadas a 4.000, 2.000 anos atrás, quando só as “consoantes” eram escritas? Requer no mínimo humildade, não acha? Pesquisas são feitas para tentar remontar a pronúncia, umas são mais coerentes que outras, e algumas totalmente improváveis, entretanto são tentativas, e não vale à pena acirrar os ânimos com os irmãos por causa de sons de vogais que nem eram escritas, por não serem importantes como as consoantes no Hebraico Bíblico.
No hebraico das Escrituras, as vogais não possuíam a mesma importância das consoantes, as vogais nem são escritas. Hoje muitos têm criado polêmicas e até humilham outros que usam na vocalização algumas vogais diferentes. O orgulho e a cegueira do Hebraico Moderno os levam a querer deter a hegemonia da pronúncia das vogais, de uma língua que não é pronunciada exatamente como na época do Messias. Mesmo no hebraico moderno, a variação das vogais é grande, até mesmo para uma mesma família de palavras como: "kadosh", "kodesh", "kedushá", etc.
Entretanto muitos por terem congregado por anos em religiões de linha romana, ficam fascinados por tudo que se ensinam em movimentos judaicos messiânicos, assim como faziam quando saíram do catolicismo para o protestantismo, crendo que tudo que se ouvia pregar era verdadeiro.
Muitos brasileiros logo se encantam por quem fala (ou arranha) em outro idioma, fruto do subdesenvolvimento e da baixa estima de alguns, imagine brasileiros que não conhecem o hebraico e buscam grupos messiânicos que falam e ensinam em hebraico (ou arranham), acabam aceitando as doutrinas com mais facilidade sem uma acurada pesquisa. E pior, alguns por ficarem maravilhados com a cultura e língua moderna hebraica acabam se afastando do Messias e se focando cada vez mais na “Torá”, a ponto de deixar o Messias completamente para seguir a “Torá”, não a Torá da Escritura, mas a “Torá Oral” cheia de interpretação e acréscimos de tradições de homens. Pois a Verdadeira Torá aponta para o Messias. Alguns, usando a língua e cultura hebraica moderna, buscam desacreditar outros de que Yeshua/Yahu’shua não é o Messias, usam eloqüência e argumentos rebuscados para com os recém fascinados pelo novo idioma/cultura, e estes acabam encantados e decaem da fé, sem uma acurada pesquisa bíblica/histórica.
As tentativas da vocalização:
Na busca de tentar reconstruir a pronúncia do hebraico de 2000 anos atrás, buscam-se textos hebraicos antigos que passaram a registrar as vogais, como o Texto Massorético que foi vocalizado há 1100 anos atrás (século IX), e da Peshitta Aramaica que foi vocalizada há 1600 anos atrás (século IV). A vocalização da Peshitta Aramaica é a mais antiga, descoberta até hoje, e não sofreu influência da tentativa rabínica de evitar a pronúncia acidental do Nome de YHWH nos nomes próprios das pessoas. A vocalização da Peshitta pode ter sofrido influência da pronúncia aramaica, mas isso não a desqualifica. Entretanto as vocalizações são tentativas, já que não existe texto de 2000 anos atrás com a vocalização do hebraico.
Enfim, transliterar significa reproduzir os sons de uma língua para a forma de escrita de outra língua. Assim sendo, pode haver mais de uma maneira de transliterar uma palavra, além do fato de que uma transliteração em uma língua pode apresentar grafia diferente de outra.
2) Não existiu apenas uma única forma de falar e escrever hebraico. O Hebraico Moderno não é o mesmo que o Messias falava, assim como o português que falamos não é o mesmo que os primeiros brasileiros falavam e escreviam, além de existir as pronúncias diferenciadas dos estados (sotaques) principalmente nas diferentes vogais faladas, embora a escrita seja igual. Mas até entre os países de língua portuguesa a escrita não é a mesma, o que explica os esforços de unificação atual desta língua.
Assim também na época do Messias a pronúncia das palavras pelos galileus era diferente dos que moravam na Judéia, existiam também outras variações:
“Ora, estava Kefa [Pedro] assentado fora no pátio; e, aproximando-se uma criada, lhe disse: Também tu estavas com Yahu’shua, o galileu... estava com Yahu’shu, o nazareno... disseram a Kefa: Verdadeiramente, és também um deles, porque o teu modo de falar o denuncia.” Matitiyahu 26:69, 71 e 73
Durante a Idade Média, os judeus estavam espalhados em países diferentes, e a língua hebraica não era pronunciada de forma igual em todos os países. Mesmo hoje em Israel há grupos com pronúncias diferentes, e a transliteração considera não apenas a escrita mas a pronúncia da palavra.

3) A transliteração Yahu’shua busca remontar a pronúncia do Nome antes de todos aceitarem o  banimento da pronúncia do Nome de YHWH e até de parte do nome YHWH quando era usado no início dos nomes próprias de pessoas, como prefixo, permanecendo apenas no final dos nomes, em sufixos como: Halelu’Yah, Yesha’Yahu.
A transliteração Yahu’shua, segue a linha de que a pronúncia do Nome YHWH seja “YaHUéH”, considerando o Hebraico antigo em que o Vav teria som de “U” e não de “V”. Os que consideram que o Vav tinha som de “V”, pronunciam “YaHVéH”. Em ambos os casos tratam-se de tentativas de pronunciar o Nome mais próximo possível do original.
Seguindo essa linha, o Nome do Messias provavemente seria Yahu’shua, que significa Yahuéh Salva, como era o nome de “Josué” (Yud-Hey-Vav-Shin-Ayin):

Com o banimento da pronúncia do Nome de YHWH (Yud-Hey-Vav-Hey):a pronúncia do nome de “Josué” também mudou de “Yahu’shua” para “Yeho’shua”, já que o nome de “Josué” em hebraico começava com  parte do Nome de YHWH . é bom lembrar que o hebraico escreve-se da direita para a esquerda.
O Nome do Eterno é (Yud-Hey-Vav-Hey) , assim o nome do Messias  , na escrita e pronúncia teria boa parte da pronuncia do Tetragrama, DuTillet Matitiyahu traz essa forma de escrita se referindo ao Messias, Münster Matitiyahu no prefácio também usa esse termo. Já a escrita (Yud-Shin-Vav-Ayin) transliterada por Yeshua, traz a influência do aramaico, pois na Peshitta Tanach usa Yeshua (Yud-Shin-Vav-Ayin) onde no texto hebraico do Tanach trazia Yahu’shua  (Yud-Hey-Vav-Shin-Ayin). Portanto neste Blog trazemos as opções Yahu’shua/Yeshua, embora usamos mais a primeira.
O Texto Massorético (século IX) vocaliza o Trigrama - , as três primeiras letras do Tetragrama YHWH - . como "Yahu" quando este é usado como sufixo (Yeshayahu) mas vocaliza o Trigrama  como "Yeho" quanto este é utilizado como prefixo (Yehoshua). Já a Peshitta Aramaica (século IV) mais coerente vocaliza "Yahu" tanto para prefixo (Yahushua), como para sufixo (Yeshayahu).
Os que propuseram que o Trigrama fosse pronunciado de uma maneira quando prefixo e de outra quando sufixo (mudando o som quando prefixo e mantendo quando sufixo) devem ter tomado esta decisão para evitar que uma pessoas querendo chamar o nome de alguém que começasse com o Trigrama (parte do Tetragrama), fosse interrompida por terceiros, por estes acharem que na verdade ela iria pronunciar o Tetragrama (que havia sido proibido de pronunciar pelos Rabinos), e assim aquela pessoa seria acusada injustamente. Já os nomes com o Trigrama como sufixo não propiciava este risco, por estar no final da palavra, e por isso não mudaram a pronúncia.
Entretanto para nós que não apoiamos o banimento do Nome, não concordamos com tal mudança. Nós utilizamos “YAHU” tanto como sufixo como prefixo.
Após o período de cativeiro babilônico, em Esdras, aparecem as duas formas de escrita:
Yahushua 2:2; 3:2 e 3:8 e 9 entre outros. 
Yeshua 2:6, 2:36 e 2:40.
A Bíblia na Linguagem de Hoje indica a diferença em Esdras: Josué (2:2) e Jesua (2:6).
A Bíblia TEB traz Josué em 2:2 e Ieshua 2:6.
Na Septuaginta:
Esdras 2:2
Esdras 2:6

É possível que "Yeshua" fosse um nome utilizado mais freqüentemente no contexto aramaico, e "Yahushua" no hebraico da época. Yeshua era um nome mais usado no dia-a-dia, enquanto “Yahushua” passou a ter uso mais solene/tradicional, por exemplo, ao ser convidado para a leitura dos manuscritos sagrados na sinagoga.

Fontes do Livro "Desmascarando Bavel, a Babilônia - O Mercadejar da Fé"

O livro "Desmascarando Bavel, a Babilônia - O Mercadejar da Fé" não se propõe a tratar de algo inédito, como por exemplo, a descoberta de uma nova estrela. O livro trata de assuntos relacionados às Escrituras, sobre as quais durante milênios, foram escritos e abordados assuntos por bilhões de pessoas, portanto beira a soberba achar que algo correto sobre as Escrituras nunca tenha sido dito por outro, aliás, não é nosso objetivo pregar um novo e inédito evangelho (Boas Notícias). Portanto haverá semelhanças com assuntos já ditos ao longo do tempo, pois os assuntos vêm sendo debatidos por milênios e por bilhões de pessoas.
Entretanto muitos grupos se põem como os iluminados, os inéditos, fruto da arrogância, orgulho e soberba, entretanto muitos já morreram por defenderem essas mesmas coisas no decorrer da história.