Durante os últimos anos, tive que ser trabalhado aos poucos pelo Senhor para rever a teologia que aprendi, e neste Blog estarei expondo as novas perspectivas aprendidas. Não foi fácil para mim romper com paradigmas tão profundamente enraizados, por isso, entendo que outros terão dificuldades também, e até inicialmente descordarão de muitos pontos, o que é natural. Apenas peço que busquem ao Senhor e não se fechem no próprio entendimento. As dúvidas e críticas construtivas poderão ser enviadas para o email: efatah7@gmail.com.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Desmascarando Bavel - 41 e Conclusão


Nasci num lar católico, com uma família muito religiosa, comecei a ler as Escrituras (a Bíblia) e me deparei com textos que iam contra as doutrinas católicas, como por exemplo, a idolatria, e vi nos ensinos Protestantes mais coerência com o que estava lendo. No início de 1994 deixei o Catolicismo, e me tornei evangélico, passei por críticas de familiares e amigos, pois eu tinha sido um católico praticante e fui o primeiro na família de minha mãe a me tornar Protestante, eu tinha 18 anos, estava arrependido e necessitava passar pelo Novo Nascimento.
Minha família era tão católica, que minha avó materna me levou ao bispo católico, para contar a ele que eu havia “passado para a lei de crente” (uma forma de dizer que a pessoa havia se tornado evangélico), ela esperava que ele me repreendesse, mas ele disse que minha avó ficasse tranqüila pois o deus era o mesmo, então voltamos para casa.
No primeiro semestre de 1994 passei a congregar na Instituição Religiosa Protestante denominada Igreja Batista, e me tornei membro da instituição em dezembro do mesmo ano. O batismo por aspersão católico não tinha valor para o protestantismo Batista, e passei pelo batismo de imersão, entretanto o sacerdote batista citou a mesma frase do sacerdote católico “Eu te batizo no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Amem!” Mas qual o nome?
Muitos tradutores da Bíblia reconhecem como um acréscimo da Igreja Católica o texto a seguir, sublinhado, de Matiti’Yahu 28:19 “batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”  para reforçar a doutrina da Trindade Romana. No livro de Atos a imersão (batismo) era sempre feita apenas no Nome de Yahu’shua, e pronunciando o Nome mesmo, não fazendo uma simples referência de: “no nome do Filho”.
Atos 2:38 “Respondeu-lhes Kefa: Arrependei-vos, e cada um de vós seja imergido [batizado] no Nome de Yahu’shua Ha'Mashiach para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom da Ruach Ha'Kódesh.”
Atos 22:12-16 “Um homem, chamado Hanan’Yah [Ananias], piedoso conforme a Torá, tendo bom testemunho de todos os judeus que ali moravam, veio procurar-me e, pondo-se junto a mim, disse: Sha’ul, irmão, recebe novamente a vista. Nessa mesma hora, recobrei a vista e olhei para ele. Então, ele disse: O Elohim de nossos pais, de antemão, te escolheu para conheceres a sua vontade, veres o Justo e ouvires uma voz da sua própria boca, porque terás de ser sua testemunha diante de todos os homens, das coisas que tens visto e ouvido. E agora, por que te demoras? Levanta-te, recebe a imersão [o batismo] e lava os teus pecados, invocando o Nome dele.”
Atos 10:44-48 “Ainda Kefa falava estas coisas quando desceu a Ruach Ha'Kódesh sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, que vieram com Kefa, admiraram-se, porque também sobre os gentios foi derramado o dom da Ruach Ha'Kódesh; pois os ouviam falando em línguas e engrandecendo a Elohim. Então, perguntou Kefa: Porventura, pode alguém recusar a água, para que não sejam imersos [batizados] estes que, assim como nós, receberam a Ruach Ha'Kódesh? E ordenou que fossem imersos [batizados] em Nome de Yahu’shua Ha'Mashiach. Então, lhe pediram que permanecesse com eles por alguns dias.”
Atos 8:14-17 “Filipe, descendo à cidade de Shomerom [Samaria], anunciava-lhes o Messias. As multidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele operava. Pois os espíritos imundos de muitos possessos saíam gritando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados. E houve grande alegria naquela cidade... deram crédito a Filipe, que os evangelizava a respeito do Reino de Elohim e do no Nome de Yahu’shua, iam sendo imersos [batizados], assim homens como mulheres. Ouvindo os Emissários [Apóstolos], que estavam em Yerushalayim [Jerusalém], que Shomerom [Samaria] recebera a Palavra de Elohim, enviaram-lhe Kefa e Yochanan [Pedro e João]; os quais, descendo para lá, oraram por eles para que recebessem a Ruach Ha'Kódesh [Espírito de Santidade]; porquanto não havia ainda descido sobre nenhum deles, mas somente haviam sido imersos [batizados] no Nome de Yahu’shua. Então, lhes impunham as mãos, e recebiam estes a Ruach Ha'Kódesh.”
Esse texto de Atos 8 mostra que Filipe anunciou as Boas Novas, o Reino de Elohim e o Nome de Yahu’shua, operou sinais, curas e libertação, e que os samaritanos foram imersos [batizados] no nome do Messias e ficara muito alegres. Entretanto os Emissários que estavam em outro estado (Judéia), na capital (Yerushalayim), viajaram para Samaria, pois não se deram por satisfeitos, havia algo que eles tinham como grande importância e que Felipe não havia feito, a imersão na Ruach Ha'Kódesh (o batismo no Espírito de Santidade).
Hoje os valores mudaram, os ditos Emissários (apóstolos) não enfrentam mais viagens por saber que um grupo ainda não foi imersos na Ruach Ha'Kódesh, os interesses agora são outros, até mesmo em suas congregações existem várias pessoas que não foram cheias da Ruach. Mas para o Emissário Sha’ul (Paulo) o padrão era o mesmo dos Emissários de Yerushalayim, mesmo em se tratando de um grupo pequeno de 12 pessoas:
Atos 19:1-7 “Aconteceu que, estando Apolo em Corinto, Sha’ul, tendo passado pelas regiões mais altas, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos, perguntou-lhes: Recebestes, porventura, a Ruach Ha'Kódesh quando crestes? Ao que lhe responderam: Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que existe a Ruach Ha'Kódesh. Então, Sha’ul perguntou: Em que, pois, fostes imersos [batizados]? Responderam: Na imersão de Yochanan. Disse-lhes Sha’ul: Yochanan realizou imersão de arrependimento, dizendo ao povo que cresse naquele que vinha depois dele, a saber, em Yahu’shua. Eles, tendo ouvido isto, foram imersos [batizados] em o Nome de Yahu’shua Ha'Mashiach. E, impondo-lhes Sha’ul as mãos, veio sobre eles a Ruach Ha'Kódesh; e tanto falavam em línguas como profetizavam. Eram, ao todo, uns doze homens.”
Quando me tornei protestante, além da mudança interior, tive que mudar hábitos, desaprender muita coisa e aprender tantas outras, desde doutrinas à liturgias.
Tive que passar a chamar as pessoas da Bíblia por novos termos e nomes: em lugar de chamar Jesus dos Navegantes, Senhor do Bonfim, e outros tantos nomes, tive que aprender a chamá-lo apenas Senhor Jesus Cristo. A mãe de Jesus, de Nossa Senhora, de Virgem Maria, Aparecida, para apenas Maria. Aos apóstolos tive que deixar de chamá-los de São, como de São Pedro, para simplesmente Pedro, e mudar o tratamento dos sacerdotes, de padres para pastores, da missa para o culto evangélico, da hóstia para um o pão fermentado.
Para a Igreja Católica eu era agora um apóstata e herege. Mas eu tinha sede de conhecer a verdade, de conhecer melhor o Senhor.
Com o tempo, passei a pregar em igrejas e era bem conceituado no meio evangélico no qual vivia. Continuei a estudar as Escrituras, pois quando eu era católico pensava que tudo que o padre ensinava era exatamente o que a Bíblia dizia, o que depois descobrir que não era verdade, e eu não queria repetir o mesmo erro no Protestantismo, confiando cegamente no que os pastores pregassem, eu queria mais e mais examinar as Escrituras, para saber se o que diziam era coerente com as Escrituras.
Novas divergências surgiram entre as doutrinas da igreja que eu estava e o que lia na Palavra. No fim de Dezembro de 1998 deixei a Igreja Batista para um ministério que estava mais alinhado com o que eu tinha aprendido das Escrituras. Muitas batalhas forma travadas contra o Principado de Roma, mas havia muito mais pela frente. Os estudos continuaram.
Em dezembro de 2003 me casei e fui morar no interior da Bahia, pensava que iria abrir uma extensão do ministério que fazia parte em Salvador-Ba, porém o propósito do Senhor era outro, trabalhar em mim, para confrontar a minha teologia, e encontrasse nas Escrituras o padrão de kehilá que eu tanto desejava, o padrão que Ele havia deixado. Eu pensava que já havia rompido com Roma, mas tive grandes baques ao descobrir que Roma/Bavel era muito maior do que eu pensava, e como ela estava ainda enraizada dentro do Protestantismo.
Passei por uma transformação interior profunda, ainda estou nesse processo. Novamente estou passando pelo processo de aprender a chamar as pessoas das Escrituras por outros nomes, inclusive o próprio Senhor, agora pelos nomes originais. Estou tendo que rever doutrinas, de romper com a liturgia e tornar a ser visto como apóstata e herege pelos que antes eram irmãos na fé, e continuo a considerá-los irmãos . Entre tantas doutrinas aprendi sobre a verdadeira Circuncisão do Coração.
Mas em que consiste a verdadeira Circuncisão do Coração?
Não significa uma purificação do coração de pecados passados, mas a disposição em obedecer os Mandamentos do Senhor, o desejar e buscar cumprir a Torá. Não é uma doutrina criada no Novo Testamento como sinônimo de que não é necessário cumprir os mandamentos do Senhor, pelo contrário circuncidar o coração é se dispor a obedecer ao Senhor. A circuncisão do Coração é um mandamento da Torá “Circuncidai, pois, o vosso coração e não mais endureçais a vossa cerviz.” (Deut10:16) e reforçada pelo profeta Yeremi’Yahu “Circuncidai-vos para YHWH, circuncidai o vosso coração, ó homens de Judá e moradores de Jerusalém, para que o meu furor não saia como fogo e arda, e não haja quem o apague, por causa da malícia das vossas obras.” (Jeremias 4:4).
Após o Senhor ter entregue os Dez Mandamentos, Moisés desce e encontra o povo em desobediência, adorando o bezerro de ouro, Moisés quebra as tabuas dos Dez Mandamentos. O povo que saiu do Egito só tinha a circuncisão na carne, mas não tinha o coração circuncidado, tinha a cerviz dura, ou seja, eram desobedientes e teimosos. Quando o Senhor entrega novamente os Dez Mandamentos (Deuteronômio 10) ele ordena ao povo que guarde os mandamentos, que Circuncidem o Coração e não endureçam a cerviz, ou seja, que não apenas possuam a Torá, mas que principalmente busquem cumprir a Torá, se inclinem em obedecer ao que o Senhor mandou. E é justamente o que o emissário Sha’ul trata em Romanos 2. Compare os dois textos a seguir:
Deut 10:1-22 “Então escreveu nas tábuas, conforme à primeira escritura, os dez mandamentos, que YHWH vos falara no dia da assembleia, no monte, do meio do fogo; e YHWH mas deu a mim; e virei-me, e desci do monte, e pus as tábuas na arca que fizera; e ali estão, como YHWH me ordenou... Porém YHWH me disse: Levanta-te, põe-te a caminho adiante do povo, para que entrem, e possuam a terra que jurei dar a seus pais.Agora, pois, ó Israel, que é que YHWH teu Elohim pede de ti, senão que temas YHWH teu Elohim, que andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas a YHWH teu Elohim com todo o teu coração e com toda a tua alma,que guardes os mandamentos deYHWH, e os seus estatutos, que hoje te ordeno, para o teu bem?Eis que os céus e os céus dos céus são deYHWH teu Elohim, a terra e tudo o que nela há.Tão-somente YHWH se agradou de teus pais para os amar; e a vós, descendência deles, escolheu, depois deles, de todos os povos como neste dia se vê.Circuncidai, pois, o vosso coração, e não mais endureçais a vossa cerviz.Pois YHWH vosso Elohim é o Elohim dos elohim, e o Senhor dos senhores, o Elohim grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas; que faz justiça ao órfão e à viúva, e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e roupa.Por isso amareis o estrangeiro, pois fostes estrangeiros na terra do Egito.”
Romanos 2:11-29 “Porque, para com Elohim, não há acepção de pessoas. Porque todos os que sem Torá pecaram, sem Torá também perecerão; e todos os que sob a Torá pecaram, pela Torá serão julgados. Porque os que ouvem a Torá não são justos diante de Elohim, mas os que praticam a Torá hão de ser justificados. Porque, quando os gentios, que não têm Torá, fazem naturalmente as coisas que são da Torá, não tendo eles Torá, para si mesmos são Torá; Os quais mostram a obra da Torá escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os; No dia em que Elohim há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho. Eis que tu que tens por sobrenome judeu, e repousas na Torá, e te glorias em Elohim; E sabes a sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por Torá; E confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas, Instrutor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na Torá; Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio? Tu, que te glorias na Torá, desonras a Elohim pela transgressão da Torá? Porque, como está escrito, o nome de Elohim é blasfemado entre os gentios por causa de vós. Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a Torá; mas, se tu és transgressor da Torá, a tua circuncisão se torna em incircuncisão. Se, pois, a incircuncisão guardar os preceitos da Torá, porventura a incircuncisão não será reputada como circuncisão? E a incircuncisão que por natureza o é, se cumpre a Torá, não te julgará porventura a ti, que pela letra e circuncisão és transgressor da Torá? Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Elohim.”
Portanto a circuncisão do coração nunca significou que os servos do Messias não deviam obedecer a Torá, pelo contrário, que buscar obedecer no íntimo a Torá é que é a verdadeira circuncisão, a do Coração.
A similaridade ente os textos citados anteriormente: “o Elohim grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas... Por isso amareis o estrangeiro, pois fostes estrangeiros na terra do Egito.” (Deut 10:17 e 19), e “Porque, para com Elohim, não há acepção de pessoas.” (Romanos 2:11). Demonstra que a doutrina que Sha’ul expôs do comando do Senhor referente à necessidade da Circuncisão do Coração, não foi criada por Sha’ul no Novo Testamento, mas sempre foi o padrão requerido pelo Senhor desde a entrega dos mandamentos na Torá.
Dessa forma, porém com muito mais detalhe, estou aprendendo as Escrituras de forma mais clara e coerente.
Mas romper com Bavel não é fácil, no retorno a Israel/Yerushalayim há muita guerra, mas também nos alegra em muito a nossa ruach (o nosso espírito), e estou nesse processo. Peço ao Senhor que nos mostre o quanto de nós ainda está em Bavel e o quanto dela ainda está em nós, e que Ele nos ajude a praticar o que Ele está nos ensinando. O importante é não parar de examinar as Escrituras e de estar aberto a que Ele nos ensine, mesmo que isso nos custe grandes renúncias.
Busque a direção do Senhor, pois é difícil deixar de depender da instituição humana para se relacionar diretamente com o Senhor, é difícil romper com hábitos religiosos e litúrgicos entranhados há anos, que gera dependência e vicia. É difícil deixar de ser guiados pela Instituição, para ser guiados pela Ruach HaKódesh, e assim sermos filhos amadurecidos de Elohim. E alguns já têm sido treinados nisto.
Romanos 8:14 “Pois todos os que são guiados pela Ruach de Elohim são filhos [amadurecidos] de Elohim.”
O fato de crer no Messias, Yahu'shua/Yeshua, das Escrituras, não me fez deixar de ser "Crente, Evangélico", pelo contrário, me fez ainda mais ser "Crente, Evangélico", apenas estas nomenclaturas podem significar, para alguns, sentidos bem diferentes das que eu creio, e devido as grandes diferenças doutrinarias entre os diversos grupos e pessoas que se declaram "Crente, Evangélico", prefiro não usar estes termos como títulos de linhas religiosas no sentido de definição religiosa, também não me ponho de forma orgulhosa despresando estas definições. Da mesma forma, a minha fé é Judaica, no Messias Judeu, mas têm aqueles que não me veem como Judeu, não busco ser reconhecido como Evangélico ou como Judeu, sei em quem eu tenho crido, a minha crença é no Senhor e não numa religião

Talvez na sua caminhada o Senhor tenha mostrado acréscimos de Roma/Bavel na Kehilá (igreja), e ao tomar postura correta, você entrou em ferrenha batalha contra principados, e se levantaram conta você teólogos, ministros religiosos e instituições, a ponto de lhe chamarem de herege, apóstata, entre outras calúnias. Mas diante da visão/luz que você tinha buscou ser fiel servindo-o de todo coração. E agora diante do exposto neste livro percebeu que as batalhas que já travou foram apenas uma pequena parte desta guerra. Mas será que está disposto a passar por conflitos mais ferrenhos?
A mistura de Bavel é tão grande que este livro é apenas uma introdução, como o nome do livro já diz “Desmascarando Bavel, a Babilônia – O Mercadejar da Fé”, o livro foca mais no aspecto mercador da Babilônia. O mercadejar da fé é apenas uma das muitas máscaras que Bavel usa, sendo necessário desmascará-la das outras.
Este livro é apenas um despertar e uma confirmação para aqueles que achavam que estavam nadando contra a correnteza do sistema, achando que tinham alguma coisa errada consigo, sentindo-se só, tendo até náuseas diante de alguns comportamentos e rumos da Kehilá, mas na verdade o Senhor já estava trabalhando. Mas você não está só, muitos outros joelhos não estão se dobrando diante de Baal.
Leve esta mensagem para outros, com amor, “Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal {espalhadas} nos ares.” (Efésios 6:12).
Não basta desmascarar Bavel, é necessário sair dela completamente. E não se permita ficar encantoado com a instituição e com o ministério por eles serem grandes e prósperos. Pois o tempo de cativeiro na Babilônia acabou.
Se possível, releia todo o livro e em caso de dúvidas poderá escrever e-mail para efatah7@gmail.com.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Desmascarando Bavel - Capítulos 39 e 40

Além de ser representada como Mulher e Mãe, Bavel estásentada como rainha” Revelação 18:7. Curioso que o Principado da Rainha dos Céus seja representado como essas três figuras: mulher, mãe e rainha.
Embora a Rainha dos Céus se passe também como uma virgem, ela é responsável por liberar diversos espíritos de prostituições. Ela está entronizada neste sistema de Bavel, desde a época da Rainha Semíramis, Mulher de Ninrode e Mãe de Tamuz. Ela é também conhecida com a esposa de Satã: Lílite. Ela está por trás do encantamento deste sistema religioso e da sedução no mercadejar da fé. Em Yesha’yahu 47:1 Bavel é também chamada de Virgem, título usado também pela Rainha do Céu.
O texto de Revelação está alinhado com Yesha’yahu 47:1-15. A Babilônia que Yesha’yahu chama ironicamente de “Virgem”, o texto de Yochanan a denomina abertamente de Meretriz.
Yesha’yahu 47:1-15 “Desça, sente-se no pó, Virgem cidade de Babilônia; sente-se no chão sem um trono, Filha dos babilônios. Você não será mais chamada mimosa e delicada..."Sente-se em silêncio, entre nas trevas, cidade dos babilônios; você não será mais chamada rainha dos reinos... Você disse: ‘Continuarei sempre sendo a rainha eterna!’... Jamais ficarei viúva nem sofrerei a perda de filhos’. Estas duas coisas acontecerão a você num mesmo instante, num único dia, perda de filhos e viuvez; virão sobre você com todo peso, a despeito de suas muitas feitiçarias e de todas as suas poderosas palavras de encantamento... uma catástrofe que você não pode prever cairá repentinamente sobre você... sem dúvida eles são como restolho, o fogo os consumirá. Eles não podem nem mesmo salvar-se do poder das chamas... esses com quem você se afadigou e com quem teve negócios escusos desde a infância. Cada um deles prossegue em seu erro; não há ninguém que possa salvá-la.”
A chave para entender o Livro de Revelação está nas Escrituras do Primeiro Testamento. Tentar entendê-lo sem esse contexto, leva às interpretações equivocadas, pautadas na visão ocidental e na cultura grego-romana. Veja as semelhanças nos textos:
Yesha’yahu 47:7
“Continuarei sempre sendo a rainha eterna!”
Revelação 18:7
Estou sentada como rainha.”
Yesha’yahu 47:8
“Jamais ficarei viúva nem sofrerei a perda de filhos”
Revelação 18:7
Viúva, não sou”
Yesha’yahu 47:9
“a despeito de suas muitas feitiçarias e de todas as suas poderosas palavras de encantamento”
Revelação 18:23
“Todas as nações foram seduzidas por suas feitiçarias.”
Yesha’yahu 47:9 e 11
“...acontecerão a você num mesmo instante, num único dia... uma catástrofe que você não pode prever cairá repentinamente sobre você.”
Revelação 18:8
“Por isso, em um só dia, sobrevirão os seus flagelos
Yesha’yahu 47:14
“o fogo os consumirá. Eles não podem nem mesmo salvar-se do poder das chamas”
Revelação 18:8
e “será consumida no fogo”
Yesha’yahu 47:15
“com quem teve negócios escusos desde a infância”
Revelação 18:3
“e os mercadores da terra se enriqueceram com a abundância de suas delícias.”

O Senhor YHWH se manifesta de forma plural, tanto nos atributos masculinos (Pai e Filho) como nos femininos (a Ruach Ha’Kódesh). O Senhor é completo em seus atributos, por isso quando ele criou o ser humano, a sua imagem, os criou Macho e Fêmea. Mas a Rainha dos Céus buscou remover a idéia de que o Eterno também tem os atributos de uma Mãe, para que ela assumisse esses atributos de Mãe. Portanto, usar a tradução do termo feminino Ruach Ha’Kódesh para um termo masculino foi muito conveniente.
A Ruach Ha’Kódesh e a figura feminina do gerar a antiga criação:
Gênesis 1:2 “A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e a Ruach Ha’Elohim pairava por sobre as águas”
Jó 33:4 “A Ruach Ha’Elohim me fez, e o sopro do Todo-Poderoso me dá vida.”
A Ruach Ha’Kódesh e a figura feminina do gerar o corpo físico para o Messias:
MatitiYahu 1:20 “Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um Malach [anjo] de YHWH, dizendo: Yosef, filho de David, não temas receber Miriyam, tua mulher, porque o que nela foi gerado é da Ruach haKódesh.”
Lucas 1:34-35 “E disse Miriyam ao Malach [anjo]: Como se fará isto, visto que não conheço homem algum? E, respondendo o Malach [anjo], disse-lhe: Descerá sobre ti a Ruach Ha’Kódesh, e a virtude do HaElyon te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Kadosh, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Elohim. ”
A Ruach Ha’Kódesh e a figura feminina do gerar a nova criatura:
Yochanan 3:5 “Respondeu Yahushua: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e da Ruach não pode entrar no reino de Elohim.”
Tito 3:5 “...ele nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação da Ruach Ha’Kódesh.”
A Ruach Ha’Kódesh e a ação no ventre materno:
Lucas 1:15 “Porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio da Ruach Ha’Kódesh, já desde o ventre de sua mãe.”
A Ruach Ha’Kódesh se a manifestou fisicamente na forma feminina de uma ave: uma pomba, e não um pombo:
Lucas 3:22 “e a Ruach haKódesh desceu sobre ele em forma corpórea como uma pomba; e ouviu-se uma voz do céu: Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo. ”
A Ruach Ha’Kódesh e a sensibilidade feminina:
Efésios 4:30 “E não entristeçais a Ruach Ha’Elohim, na qual fostes selados para o dia da redenção.”
Matiti’Yahu 12:31-32 “Por isso, vos declaro: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra a Ruach não será perdoada. Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar contra a Ruach Ha’Kódesh, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir.”
Romanos 8:26 “Também a Ruach, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas a mesmo Ruach intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.”
A Ruach Ha’Kódesh e a figura da mãe judia no ensinar os filhos no Caminho do Senhor:
Yochanan 14:26 “Mas a Consoladora, a Ruach Ha’Kódesh, a quem o Pai enviará em meu nome, essa vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.”
Yesha’Yahu 66:13 “Como a alguém que sua mãe consola, assim Eu vos consolarei; e em Yerushalayim vós sereis consolados.”
É claro que o YHWH não é homem ou mulher, mas o que foi exposto é que YHWH possui os atributos completos de uma família: Pai, Mãe e Filho, e por isso criou a família. Não é necessário um ídolo romano, denominado Maria Mãe de Deus, para completar o Eterno.
É um confronto à Rainha dos Céus voltarmos a chamar a Ruach Ha’Kódesh com o correto entendimento. O Principado de Roma quer destruir a família e confundir os atributos masculinos e femininos, a partir do entendimento doutrinário deturpado das manifestações do Eterno. Como tratar a questão da sexualidade humana sem primeiro fechar essa brecha? Como alcançaremos maiores vitórias na guerra espiritual contra esse Principado sem corrigirmos a forma de entender e invocar a Ruach Há’Kadosh?    
O ídolo Diana (em Roma) ou Artêmis (na Grécia), da mitologia, é uma representação da Rainha do Céu, e traz a necessidade de grandeza da “Babilônia, A Grande”, expressa pelos seus fiéis que gritavam: Grande é a Diana dos efésios!”
Atos 19:28-32 “Ouvindo isto, encheram-se de furor e clamavam: Grande é a Diana dos efésios!... Quando, porém, reconheceram que ele era judeu, todos, a uma voz, gritaram por espaço de quase duas horas: Grande é a Diana dos efésios!
Portanto busque se libertar da necessidade de grandeza, de ser chamado ou de chamar outros de grande, procure a humildade e cuidado com palavras bajuladoras.
Yirmi’Yahu registra que israelitas caíram em idolatria e adoraram a “rainha do céu”, título dado à Isthar, ídolo babilônico:
Yirmi’Yahu/Jeremias 7:8 “Os filhos apanham a lenha, e os pais acendem o fogo, e as mulheres preparam a massa, para fazerem bolos à rainha dos céus, e oferecem libações a outros elohim, para me provocarem à ira.”
A “rainha do céu”, em muitas de suas representações, traz uma cobertura sobre a cabeça, até mesmo em forma de véu. Preferi não incluir neste livro as imagens destes ídolos femininos. Caso o leitor deseje pesquisar, poderá encontrar várias ilustrações da rainha do céu na internet, nas diversas representações: Virgem Maria (santa católica comumente com manto azul e véu branco), Isis (cabeça coberta com algo semelhante a um capacete adornado de penas, com chifres de uma vaca e um disco solar entre eles), Isthar, Semiramis, Devaki amamentando Krishna com véu (na Índia), Diana/Artemis (com cobertura de uma torre). 
Por que a “rainha do céu” usa a cobertura da cabeça? Ela sabe da importância espiritual da cobertura/véu e usurpa para si. A rainha do céu, em sua representação mais adorada, como Virgem Maria, requer de suas sacerdotisas (as freiras) o uso do véu. Embora as demais mulheres católicas estejam dispensadas em usarem o véu, embora algumas ainda mantenham o uso, principalmente diante do Papa.
Mas há uma profecia que possui uma ordem de que o véu da Virgem Babilônia seja tirado, e venha a ser exposta a sua vergonha:
Yesha’Yahu 47:1-3 “Desça, sente-se no pó, Virgem cidade de Babilônia; sente-se no chão sem um trono, Filha dos babilônios. Você não será mais chamada mimosa e delicada. Apanhe pedras de moinha e faça farinha; retire o seu véu. Levante a saia, desnude as suas pernas e atravesse os riachos. Sua nudez será exposta e sua vergonha será revelada. Eu me vingarei; não pouparei ninguém.”
O Emissário Sha’ul traz uma grande revelação sobre o uso do véu, pelas mulheres ao orarem e profetizarem. É claro que a Meretriz Bavel não quer ser confrontada neste nível de autoridade espiritual, sendo que o uso do véu na oração e profecia é um sinal de autoridade até reconhecida pelos anjos:
I Coríntios 11:3-5 “Quero, entretanto, que saibais ser o Messias o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Elohim, o cabeça de Messias. Todo homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta {velada}, desonra a sua própria cabeça. Toda mulher, porém, que ora ou profetiza com a cabeça sem véu desonra a sua própria cabeça, porque é como se a tivesse rapada.”
I Coríntios 11:3-5 “Quero, porém, que entendam que o cabeça de todo homem é Messias, e o cabeça da mulher é o homem, e o cabeça de Messias é Elohim. Todo homem que ora ou profetiza com a cabeça coberta desonra a sua cabeça; e toda mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta desonra a sua cabeça; pois é como se a tivesse rapada.”
A cabeça do homem (que representa o Messias) não deve ser coberta (com véu), pois o Messias (representado na cabeça do homem) deve ser evidenciado na oração e profecia. O homem deve destacar espiritualmente o Messias.
A cabeça da mulher (que representa o marido) deve ser coberta (com véu), pois o homem (representado na cabeça da esposa) deve ser coberto durante a oração e profecia. A mulher deve cobrir espiritualmente o marido.
Como a mulher que tem o homem como seu cabeça, trata-se da mulher casada, fica claro que a obrigação é apenas para as casadas, ficando livres as solteiras para usar ou não o véu.
I Coríntios 11:6 “Portanto, se a mulher não usa véu, nesse caso, que rape o cabelo. Mas, se lhe é vergonhoso o tosquiar-se ou rapar-se, cumpre-lhe usar véu.”
I Coríntios 11:6 “Se a mulher não cobre a cabeça, deve também cortar o cabelo; se, porém, é vergonhoso para a mulher ter o cabelo cortado ou rapado, ela deve cobrir a cabeça.”
I Cor 11:6 “Se uma mulher não se cobre com um véu, então corte o cabelo. Ora, se é vergonhoso para a mulher ter os cabelos cortados ou a cabeça rapada, então que se cubra com um véu.” Católica
I Cor 11:6 “Se a mulher não usa véu, mande raspar a cabeça! Mas se é uma vergonha para uma mulher ter o cabelo cortado ou raspado, que use o véu!” (TEB)
Para Sha’ul se a mulher não usar o véu na oração ou profecia deveria raspar o cabelo, mas como isso é vergonhoso, deveria usar o véu. Ele não diz: se a mulher não usa véu, mas usa o cabelo comprido está dispensada do véu. Ele diz que se estiver sem véu que corte o cabelo, raspe completamente, ou seja se uma mulher orar ou profetizar sem o véu, independente do tamanho do cabelo, está numa atitude de humilhação, de vergonha, como se estivesse com a cabeça raspada.
Números 6:2,5,9-11,13 e 18 “Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando alguém, seja homem seja mulher, fizer voto especial, o voto de nazireu, a fim de consagrar-se para o YHWH... Todos os dias do seu voto de nazireado não passará navalha pela cabeça; até que se cumpram os dias para os quais se consagrou ao YHWH, santo será, deixando crescer livremente a cabeleira... Se alguém vier a morrer junto a ele subitamente, e contaminar a cabeça do seu nazireado, rapará a cabeça no dia da sua purificação; ao sétimo dia, a rapará. Ao oitavo dia, trará duas rolas ou dois pombinhos ao sacerdote, à porta da tenda da congregação; o sacerdote oferecerá um como oferta pelo pecado e o outro, para holocausto; e fará expiação por ele, visto que pecou relativamente ao morto; assim, naquele mesmo dia, consagrará a sua cabeça... Esta é a lei do nazireu: no dia em que se cumprirem os dias do seu nazireado, será trazido à porta da tenda da congregação... O nazireu, à porta da tenda da congregação, rapará a cabeleira do seu nazireado, e tomá-la-á, e a porá sobre o fogo que está debaixo do sacrifício pacífico.”
O Voto de Nazireu podia ser feito por homem ou por mulher, durante todo o tempo do voto, não podiam cortar o cabelo, esta fase era vergonhoso para o homem, pois ter o cabelo crescido era humilhante para o homem, nesta fase para a mulher não era visível sua humilhação pelo voto, porém ao terminar o voto, findava a humilhação do homem, pois raspava o cabelo, e começava a humilhação para a mulher pois renunciava o cabelo para ofertá-lo ao Senhor (somente aquelas mulheres que rasparam alguma vez a cabeça sabem o quanto isto é doloroso para a alma).
I Cor 11:6 “Mas se a mulher não usa véu, que também corte fora o cabelo. Mas se é horrível a uma mulher cortar fora o cabelo ou se raspar, que use o véu.”
Sha’ul sabia bem sobre esse Voto de Nazireu, conforme textos de Atos a seguir. Por isso ele trata aqui, que a mulher orar ou profetizar sem véu é vergonhoso, como é vergonhoso raspar a cabeça. Não há nenhuma referência aqui à prostituição cultual.
Atos 18:18 “Mas Sha'ul, havendo permanecido ali ainda muitos dias, por fim, despedindo-se dos irmãos, navegou para a Síria, levando em sua companhia Priscila e Áqüila, depois de ter raspado a cabeça em Cencréia, porque tomara voto.”
Atos 21:23-24 “Faze, portanto, o que te vamos dizer: estão entre nós quatro homens que, voluntariamente, fizeram voto; toma-os, purifica-te com eles e faze a despesa necessária para que raspem a cabeça; e saberão todos que não é verdade o que se diz a teu respeito; e que, pelo contrário, andas também, tu mesmo, guardando a Torá.”
I Cor 11:4 “Todo homem que ora ou ainda profetiza com véu [m’kasay] na cabeça envergonha sua cabeça.”
O termo aramaico m’kasay significa literalmente "envolver com um véu" ou "ocultar", a proibição é ocultar a cabeça atrás de um véu. Não é uma proibição contra o uso de algo sobre a cabeça, como um chapéu, turbante ou gorro.
“Porque, na verdade, o homem não deve cobrir [velar] a cabeça, por ser ele imagem e glória de Elohim, mas a mulher é glória do homem.”
I Cor 11:7 “O homem não deve cobrir a cabeça, visto que ele é imagem e glória de Elohim; mas a mulher é glória do homem.”
I Cor 11:7 “Quanto ao homem, não deve pôr véu na cabeça...” (TEB)
O homem não deve usar véu ao profetizar ou orar, ocultando a cabeça, isso não significa que o homem não pode usar algo como chapéu durante a oração e profecia, pois o próprio Senhor ordenou que os sacerdotes trouxessem um tipo de cobertura sobre a cabeça no serviço espiritual. Logo a proibição aqui é de usar véu, e não simplesmente cobrir parte da cabeça.
Ex 28:4a “São estas as vestes que farão: um peitoral, um colete sacerdotal, um manto, uma túnica bordada, um turbante [mitsnefet] e um cinturão.”
Ex 29:8-9a “Traga os filhos dele, vista a cada um com uma túnica e um gorro [migbaá] na cabeça.”
A palavra hebraica 'migbaá' remete a algo convexo como um cálice de uma flor ou um copo.
Zacarias 3:1,3-5 “Elohim me mostrou o sumo sacerdote Yahu’shua, o qual estava diante do Anjo de YHWH, e Satã estava à mão direita dele, para se lhe opor... Ora, Yahu’shua, trajado de vestes sujas, estava diante do Anjo. Tomou este a palavra e disse aos que estavam diante dele: Tirai-lhe as vestes sujas. A Yahu’shua disse: Eis que tenho feito que passe de ti a tua iniqüidade e te vestirei de finos trajes. E disse eu: ponham-lhe um turbante limpo sobre a cabeça. Puseram-lhe, pois, sobre a cabeça um turbante limpo e o vestiram com trajes próprios...”
Ex 28:40 “Faça também túnicas, cinturões e gorros para os filhos de Arão, para conferir-lhes honra e dignidade.”
LV 8:12-13 “Derramou o óleo da unção sobre a cabeça de Arão para ungi-lo e consagrá-lo. Trouxe então os filhos de Arão à frente, vestiu-os com suas túnicas e cintos, e colocou-lhes gorros, conforme o Senhor lhe havia ordenado.”
Yehezkel (Ezequiel) 44:16-19 “Só eles entrarão em meu santuário e se aproximarão da minha mesa para ministrar diante de mim e realizar o meu serviço. " ‘Quando entrarem pelas portas do pátio interno, estejam vestindo roupas de linho; não usem nenhuma veste de lã enquanto estiverem ministrando junto às portas do pátio interno ou dentro do templo. Usarão turbantes de linho na cabeça e calções de linho na cintura. Não vestirão nada que os faça transpirar. Quando saírem para o pátio externo onde fica o povo, tirarão as roupas com que estiveram ministrando e as deixarão nos quartos sagrados, e vestirão outras roupas, para que não consagrem o povo por meio de suas roupas sacerdotais.”
Moises usou véu, em uma situação específica, mas quando Moisés profetizava ao povo ele tirava o véu (entregando a palavra do Senhor) e quando entrava em oração (na presença do Senhor para falar com ele) também tirava o véu:
EX 34:29-34 “Ao descer do monte Sinai com as duas tábuas da aliança nas mãos, Moisés não sabia que o seu rosto resplandecia por ter conversado com YHWH. Quando Arão e todos os israelitas viram Moisés, com o rosto resplandecente, tiveram medo de aproximar-se dele. Ele, porém, os chamou; Arão e os líderes da comunidade atenderam, e Moisés falou com eles. Depois, todos os israelitas se aproximaram, e ele lhes transmitiu todos os mandamentos que YHWH lhe tinha dado no monte Sinai. Quando acabou de falar com eles, cobriu o rosto com um véu. Mas toda vez que entrava para estar na presença do Senhor e falar com ele, tirava o véu até sair.”
O porquê bíblico do uso do véu para as mulheres:
“Porque o homem não foi feito da mulher, e sim a mulher, do homem. Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, e sim a mulher, por causa do homem. Portanto, deve a mulher, por causa dos anjos, trazer véu na cabeça, como sinal de autoridade. No Senhor, todavia, nem a mulher é independente do homem, nem o homem, independente da mulher. Porque, como provém a mulher do homem, assim também o homem é nascido da mulher; e tudo vem de Elohim.”
“Pois o homem não se originou da mulher, mas a mulher do homem; além disso, o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem. Por essa razão e por causa dos anjos, a mulher deve ter sobre a cabeça um sinal de autoridade. No Senhor, todavia, a mulher não é independente do homem, nem o homem independente da mulher. Pois, assim como a mulher proveio do homem, também o homem nasce da mulher. Mas tudo provém de Elohim.”
Aqui Sha’ul descreve o porquê do uso do véu. Ele não atribui que o uso do véu é obrigatório apenas em Corinto por motivos culturais locais, mas os argumentos utilizados remetem ao principio da criação do homem e da mulher e a razão espiritual referente aos anjos. Nada é argumentado sobre prostitutas cultuais, como sustentam alguns teólogos, argumentando que o dever de usar véu na oração e profecia, pelas mulheres, era só para as de Corinto e restrito a aquela época. Mas como a razão argumentada por Sha’ul foi espiritual e referente também aos anjos, que não seguem modismos, a obrigação continua válida. Porém, o feminismo incentiva a rebelião contra os princípios bíblicos.
Por que “por causa dos anjos”? – Pois até os serafins cobrem seus rostos diante do Senhor:
Yesha’Yahu 6:2 “Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava.”
Yesha’Yahu 6:2 “Os serafins se mantinham junto dele. Cada um deles tinha seis asas; com um par {de asas} velavam a face; com outro cobriam os pés; e, com o terceiro, voavam.” (Versão Católica)
Os querubins também possuem uma cobertura sobre a cabeça, como um firmamento:
Yehezkel (Ezequiel) 1:11,22-23“Assim eram os seus rostos. Suas asas se abriam em cima; cada ser tinha duas asas, unidas cada uma à do outro; outras duas cobriam o corpo deles... Sobre a cabeça dos seres viventes havia algo semelhante ao firmamento, como cristal brilhante que metia medo, estendido por sobre a sua cabeça. Por debaixo do firmamento, estavam estendidas as suas asas, a de um em direção à de outro; cada um tinha outras duas asas com que cobria o corpo de um e de outro lado.”
O Senhor se manifestava acima dos querubins da Arca da Aliança, e estes querubins de ouro estavam um de frente para o outro olhando para baixo, para a tampa da Arca, a Arca além de ter uma tampa, cobrindo, tinha as asas dos querubins como cobrtura de tudo:
Ex 37:9 “Os querubins tinham as asas estendidas para cima, cobrindo com elas a tampa. Estavam de frente um para o outro, com o rosto voltado para a tampa.” (NVI)
Ex 37:8-9 “Um querubim, na extremidade de uma parte, e o outro, na extremidade da outra parte; de uma só peça com o propiciatório fez os querubins nas duas extremidades dele. Os querubins estendiam as asas por cima, cobrindo com elas o propiciatório; estavam eles de faces voltadas uma para a outra, olhando para o propiciatório.”
Outro tipo de cobertura gloriosa:
Apoc 10:1 “E vi outro anjo forte, que descia do céu, vestido de uma nuvem; e por cima da sua cabeça estava o arco celeste, e o seu rosto era como o sol, e os seus pés como colunas de fogo;”
“Julgai entre vós mesmos: é próprio que a mulher ore a Elohim sem trazer o véu? Ou não vos ensina a própria natureza ser desonroso para o homem usar cabelo comprido? E que, tratando-se da mulher, [usar o cabelo comprido] é para ela uma glória? Pois o cabelo [comprido] lhe foi dado em lugar de mantilha. Contudo, se alguém quer ser contencioso, saiba que nós não temos tal costume, nem as igrejas de Elohim.”
“Julguem entre vocês mesmos: é apropriado a uma mulher orar a Elohim com a cabeça descoberta? A própria natureza das coisas não lhes ensina que é uma desonra para o homem ter cabelo comprido, e que o cabelo comprido é uma glória para a mulher? Pois o cabelo comprido foi lhe dado como manto. Mas se alguém quiser fazer polêmica a esse respeito, nós não temos esse costume, nem as igrejas de Elohim.”
O texto aproveita pra tratar sobre o tamanho do cabelo, que para o homem ter cabelo comprido é vergonhoso e para a mulher é uma glória. Mas “é próprio que a mulher ore a Elohim sem trazer o véu?” claro que a resposta é Não! Mas o cabelo comprido foi dado à semelhança de um manto, e não como substituto do véu. Pois se o cabelo comprido substituísse o véu todo o argumento anterior de Sha’ul iria por água abaixo. O cabelo comprido deve ser usado de forma parecida ao manto, mas mesmo assim a mulher não deve orar e profetizar com a cabeça descoberta, independente do tamanho do cabelo.
Uma versão católica traz que o cabelo comprido foi dado COMO (ou seja, similar/ parecido ao) véu, e não em substituição do véu:
I Cor 11:14-15 “A natureza mesma não vos ensina que é desonroso para o homem trazer cabelos compridos, ao passo que, para a mulher, é glória ter longa cabeleira, porque a cabeleira lhe foi dada como véu?” (Bíblia de Jerusalém)
I Cor 11:14-15 “A própria natureza não vos ensina que é uma desonra para o homem usar cabelo comprido? Ao passo que é glória para a mulher uma longa cabeleira, porque lhe foi dada como um véu.” Católica
I Cor 11:15 “Ao passo que é uma glória para a mulher, pois a cabeleira lhe foi dada à maneira de véu.” (TEB)
Existe tradução que confunde ainda mais o povo:
I Cor 11:15 “Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu.”
Levando alguns a entender que se o cabelo foi dado em lugar de véu, o véu não é necessário. Mas Sha’ul disse antes, que se a mulher orasse ou profetizasse sem o véu, deveria cortar o cabelo, e não se o cabelo fosse comprido estava tudo bem.
As mulheres judias tinham cabelo comprido e mesmo assim usavam véu nas atividades religiosas. Se para o Senhor o cabelo comprido dispensasse o véu, as judias do tempo do Messias não usariam véu.
Existem denominações que interpretam que o cabelo comprido substitui o véu, por usar o texto mal traduzido, e fora do contexto, desconsiderando todo o texto anterior. Mas se o cabelo comprido tivesse sido dado para ser usado substituindo o véu, deveria ser usado à maneira do véu, na forma de véu, ou seja, solto durante a oração e profecia. Mas as mesmas denominações, que interpretam assim, acham correto a mulher orar ou profetizar com o cabelo enrolado em forma de coque, ou seja, com a nuca despida, pior que a mulher que tem o cabelo curto.
Mas sabemos que o texto bíblico no original não diz que o cabelo comprido elimina o véu na oração, mesmo que seja usado solto.
Vemos que o Emissário Sha’ul se incomoda tanto com a questão da cobertura da cabeça da mulher (o véu) na oração e profecia, que trata desse assunto até em carta. Por que os que defendem a doutrina de que o cabelo comprido substitui o véu, ou seja, que o cabelo comprido deve ser usado do mesmo modo que o véu, eliminando de vez o uso do véu, por que não se incomodam em ver as mulheres em suas igrejas orando e profetizando sem usar o cabelo comprido de forma igual ao véu, ou seja, solto? Por que acham natural o cabelo preso, enrolado, desnudando a nuca, aparentando mais curto que o de uma mulher que usa o cabelo solto na altura dos ombros? Eles não escrevem sobre isso, nem confrontam tal situação durante suas pregações e cultos. Porque no fundo tratam tal assunto com desdém, ou totalmente deixam-no de lado, como se não tivesse importância.
Mas sabemos que o cabelo comprido não deve anular o uso do véu nas orações e profecias, mas deve ser usado solto como um manto, ou seja debaixo do véu. Pois o manto ficava justamente debaixo do véu, em contraponto ao véu, em lugar oposto ao véu, o véu em cima e o manto em baixo. “Pois o cabelo comprido lhe foi dado no lugar do manto.” A expressão no aramaico “no lugar” significa "para o lugar onde fica" e não "em substituição a", ou seja, “no lugar” é onde o cabelo deve ficar.
Se o cabelo tivesse que ser usado comprido, semelhante a um véu, substituindo o véu, como fariam as mulheres afro-descendentes, que possuíam cabelos com estruturas não lisas, sem os alisamentos de hoje? Pois existem s cabelos de estruturas curtas que não conseguem ter um fio longo?
Quando Tamar se disfarçou de prostituta ela pôs o véu, logo não podemos argumentar que não havia prostitutas que usassem o véu. Mesmo ela com véu Yehudá (Judá) pensa que é uma prostituta, logo o fato de uma mulher estar com o véu não descartaria de ser uma prostituta:
Gênesis 38:13-15 “Quando foi dito a Tamar: "Seu sogro está a caminho de Timna para tosquiar suas ovelhas", ela trocou suas roupas de viúva, cobriu-se com um véu para se disfarçar e foi sentar-se à entrada de Enaim, que fica no caminho de Timna. Ela fez isso porque viu que, embora Selá já fosse crescido, ela não lhe tinha sido dada em casamento. Quando a viu, Yehudá [Judá] pensou que fosse uma prostituta, porque ela havia encoberto o rosto.”
O texsto a seguir mostra que a mulher casada usava o véu ao ir ao Mishkan (Tabernáculo), que é um local de oração, e teria que retirar o véu caso tivesse que ser examinada pelo sacerdote em caso de estar sendo acusada de provável adultério:
Bamidbar/Números 5:16-18 "E o cohen a fará chegar, e a porá perante a face de YHWH. E o cohen tomará água santa num vaso de barro; também tomará o sacerdote do pó que houver no chão do tabernáculo, e o deitará na água. Então o cohen apresentará a mulher perante YHWH, e descobrirá a cabeça da mulher; e a oferta memorativa, que é a oferta por ciúmes, porá sobre as suas mãos, e a água amarga, que traz consigo a maldição, estará na mão do sacerdote."
Mas no dia a dia não era obrigatório o uso do véu. O texto de Yochanan a seguir, mostra que Miriyam, irmã de El'azar (Lázaro), mulher descente, durante o jantar, em casa, enxugou os pés de Yahu’shua com os cabelos (não com o véu), logo, seus cabelos estavam à mostra.
Yochanan 12:3 "Então Miriyam, tomando um arrátel de ungüento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Yahu’shua, e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do ungüento."
Alguns interpretam que o uso do véu para as mulheres casadas:
a)    É dever apenas na reunião coletiva, na Kehilá, local de oração e profecia.
b)    Outros que o uso só é obrigatório no momento exato em que a mulher for orar ou profetizar para a congregação, e que não se refere às suas orações pessoais em silêncio na congregação ou em casa.
c)    Outros crêem que independente de onde quer que a mulher ore ou profetize, para si ou pelos outros, verbalmente ou em silêncio, caso seja uma ação solene deve usar o véu, sendo apenas dispensado para a comunhão contínua com o Senhor, no qual a todo tempo se estar se relacionando com ele. Entende-se que orar e profetizar descrito no texto refere-se ao ato solene e específico. E que num caso de urgência em que a mulher esteja desprovida de véu e necessite orar ou profetizar solenemente, deve fazê-lo como exceção, pois a Bíblia relata outras atitudes tomadas como exceção em caso de necessidade. Ou seja a mulher vai se humilhar (como se estivesse com a cabeça raspada) por um motivo específico.
Creio que o mais prudente é esta ultima interpretação (c).